segunda-feira, 21 de junho de 2021

Atividade de História do 2º Bimestre 6º Ano A, B, C-----Prof.º Paulo Marcos

     A TRAJETÓRIA DO REINO DE KUSH E SUA RELAÇÃO COM O ANTIGO EGITO

                 O antigo Reino de Kush ou Cuxe localizava-se na Núbia, uma extensa região situada ao sul do Egito, onde, atualmente, encontram-se o Egito e o Sudão. Por possuírem uma grande quantidade de minas de ouro, os árabes chamavam a região de nuba (nub significa ouro na escrita hieroglífica; assim, núbia significa terra do ouro). Em tempos mais remotos, a região da Núbia foi utilizada como importante ponto de encontro entre os povos do Mediterrâneo e da África Central. Por volta de 2000 a.C., após várias lutas e conflitos entre diversas aldeias, surgiu o Reino de Kush. Descobertas arqueológicas recentes mostram que sua história está diretamente ligada à história do Egito, pois objetos de madeira e pedras preciosas núbias foram encontrados em terras egípcias. No entanto, as relações entre egípcios e núbios nem sempre foram amistosas.


Mapa com a localização do Reino Kush.


Localização do Reino Kush, entre os atuais Egito e Sudão.


                  Entre 1580 a.C. e 1530 a.C., aproximadamente, o Egito conquistou o Reino de Kush. Durante o domínio egípcio, o governo na região da Núbia era exercido por um vice-rei de origem cuxita, nomeado pelo próprio faraó. Os cuxitas também eram obrigados a pagar tributos aos egípcios. Por volta de 1000 a.C., o Reino de Kush conseguiu se libertar do controle egípcio, embora o contato entre esses povos tenha permanecido. Quando o Egito foi invadido pelo exército assírio, no século VIII a.C., para se libertar desse controle, um grupo de sacerdotes egípcios pediu ajuda a Piye, rei de Kush, que conseguiu expulsar os invasores e, assim, dominar o enfraquecido Egito. Após a conquista, toda a 25ª dinastia de faraós egípcios (de 750 a.C. a 660 a.C.) foi composta por reis núbios, conhecidos como faraós cuxitas ou, por alguns, como “faraós negros”.

                 Os faraós cuxitas usavam coroas enfeitadas com duas serpentes, que simbolizavam o controle de Kush e do Egito. Embora a união entre o Reino de Kush e o Egito tenha criado um poderoso império, os ataques assírios contra a região continuaram. O último dos faraós núbios, Tenutamon, foi derrotado e obrigado a voltar à cidade cuxita de Napata. Após a derrota para os assírios, os egípcios buscaram apagar grande parte dos vestígios deixados pelos faraós cuxitas que ali governaram. 

                  Inicialmente, os núbios viviam como nômades, dedicando-se à caça, pesca e coleta de alimentos. Assim como os egípcios, eles desenvolveram ao longo do tempo técnicas para represar e canalizar as águas do Rio Nilo. Ao utilizarem esses recursos, tornaram-se sedentários.


Economia no Reino Kush.Representação da utilização de um shaduf para coleta de água em rios, método que os cuxitas utilizavam, muito parecido com o sistema de irrigação egípcio.


                  Até o fim da dinastia dos faraós cuxitas, a capital do Reino de Kush era Napata. Os cuxitas desenvolveram, nesse período, atividades ligadas à pecuária, com a criação de cabras, cavalos e burros. Com o fim da dinastia cuxita, a capital do reino foi transferida para Méroe, e as atividades passaram a ser mais dedicadas à agricultura, especialmente de trigo, cevada e sorgo ou durra (espécie de cereal similar ao milho e rico em proteínas), visto que as novas terras recebiam chuvas mais abundantes. Para irrigar suas plantações com as águas do Nilo, os cuxitas usavam o shaduf, um mecanismo composto por um cesto e uma alavanca. Com o passar do tempo e em razão das experiências de carpinteiros e ferreiros, o shaduf foi substituído pela saquia, ferramenta movida pela força de animais.

                     As terras do Reino de Kush também eram ricas em metais, como o ferro e o ouro, e em pedras preciosas. Não se sabe ao certo quando a metalurgia se desenvolveu na região, porém foi no século IV a.C. que ela passou a ocorrer em grande escala. As atividades de mineração eram controladas pelo poder real cuxita, o que permitia aos governantes a manutenção de seus poderes e fortunas. O ouro, especialmente, era utilizado em trocas comerciais com Egito e Roma. A experiência com pedras e metais preciosos estimulou o desenvolvimento do artesanato, que possuía desenhos bastante refinados em suas peças. As atividades artesanais de marceneiros, ferreiros e tecelões eram muito valorizadas no reino.


Vídeos complementares:


https://www.youtube.com/watch?v=VwpNdoIJUm0 


https://www.youtube.com/watch?v=oWBpD4Q8FK0  


ROTEIRO DE QUESTÕES: 


1-Dê a localização do Reino de Kush (Cuxe). Explique por que essa região também era chamada de Núbia pelos árabes. 


2-Em tempos mais remotos, como a região da Núbia foi utilizada? O que as descobertas arqueológicas recentes mostram? 


3-O que ocorreu com o reino de Cuxe entre 1580 a.C. e 1530 a.C.? Durante esse período, como Kush se relacionava com o Egito? 


4-Como o Reino de Kush, no século VIII a. C., conquistou o Egito?      


5-Que tipo de coroa era usada pelos faraós cuxitas? Quem foi o último faraó cuxita do Egito e por que ele voltou à cidade de Napata? 


6-Inicialmente, como viviam os núbios? Que técnicas os núbios desenvolveram para se tronarem sedentários? 


7-Que atividade os cuxitas desenvolveram quanto a capital de seu reino era a cidade de Napata? O que aconteceu com os cuxitas quanto a capital foi transferida para a cidade de Méroe? 


8-O que era o shaduf? 


9-Indique as riquezas minerais do Reino de Kush. 


10-Indique a importância do ouro na economia cuxita.