quinta-feira, 30 de abril de 2020

Língua Portuguesa 2ª Série A, B e C Prof.ª Cida


 Língua Portuguesa – Prof.ª Cida Vieira – 2ºs anos A, B e C (Entregar até 22/05/2020)
Orientações: 
  1. As matérias deverão ser lidas e os exercícios deverão ser feitos no caderno do aluno; 
  2.  Ao final das atividades realizadas, vocês deverão fazer a leitura da obra A Viuvinha – Depois faremos algumas atividades sobre a obra.
  3. as atividades deverão ser entregues via e-mail: vieiracida21@gmail.com
1-Dissertação
   É o texto argumentativo onde o que importa é a exposição clara de um ponto de vista ou de uma ideia, através de razões, justificativas, provas que venham a convencer o leitor de sua defesa.
   A linguagem desse texto é objetiva, direta, clara e culta, atentando-se para a coesão (conectivos) e coerência (= lógica entre as ideias).
   Esse texto deve ser escrito em 3ª pessoa (exceto alguns textos em 1ª pessoa).
   O texto dissertativo tem uma estrutura a ser seguida:
   *Introdução: onde são apresentados o posicionamento e a ideia central do texto.
   *Desenvolvimento: onde se desenvolve e aprofunda a ideia principal exposta na introdução, por meio de apresentação de fatos, relações de causa e consequência, de aspectos positivos e negativos, razões, provas e argumentos.
   *Conclusão: fechamento do texto, onde conclui-se o ponto de vista exposto, apresentando uma proposta de solução para a questão trabalhada, ou retomando a ideia central em uma síntese com solução.
Atividade: via e-mail
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema VIVER EM REDE NO SÉCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Liberdade sem fio
A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano – assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados de wi-fi, organizações e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões onde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito.
ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).


A internet tem ouvidos e memória
     Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já passou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfil em rede. “ Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração e análise de mídias
     As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular e também arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar caro. 
Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado).
INSTRUÇÕES: A partir da leitura dos textos acima, redija uma dissertação argumentativa sobre o tema proposto; lembrando que seu texto deverá conter a estrutura dissertativa e no mínimo 20 e máximo de 30 linhas.

2 - Conjunção:
 A ligação das orações
   Conjunção, como o próprio título já diz, é a palavra invariável que liga orações ou termo da mesma natureza gramatical e estabelece relações entre os termos ligados. Ex.: “A mãe se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria”. (Timidez= substantivo, medo e bondade, sorria = relação de adição e substantivo).
Processos básicos de construção das frases
As frases obedecem a dois processos básicos de construção: 
1. A coordenação: processo em que as frases são independentes, cada qual encerrando um sentido completo.
2. A subordinação: processo em que frase depende da outra para que se efetive o entendimento.
Classificação das conjunções
Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas estabelecem uma coordenação entre dois termos de uma oração ou entre duas orações independentes. Podem ser:
Aditivos: quando estabelecem uma relação de soma entre duas orações. São elas e, nem, não só..., mas também. Ex: Adoro abrir a janela e ver o dia ensolarado/ Não estivemos lá nem nos interessamos por saber de nada.
Adversativas: quando estabelecem uma relação de oposição entre dois termos ou duas orações. São elas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, não obstante. Ex: Sabia que ele estava na festa, mas não o encontrei. / A ceia estava pronta, no entanto os convidados não compareceram.
Alternativas: quando estabelecem uma relação de alternância entre dois termos ou duas orações, podendo ocorrer os dois fatos ao mesmo tempo.
São elas ou, ora...ora, ou...ou, quer...quer, seja...seja, já...já. Ex: “A lua ora brilha, ora se esconde, ora se escancara toda de luz. ” (Jorge de Lima)
Conclusivas: quando estabelecem uma relação de conclusão ou consequência entre dois termos ou duas orações. São elas: logo, portanto, assim, por isso, por conseguinte, então. Ex: Não fiz a tarefa, portanto não receberei nota.
Explicativas: quando estabelecem uma relação de explicação entre dois termos ou duas orações sendo que a segunda oração explica ideia, expressa na primeira. São elas pois (anteposto ao verbo), porque, porquanto, que. Ex: Abri a porta porque sabia que era você.

Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas iniciam orações que mantém uma relação de dependência com outra. Podem ser:
Temporais: ao exprimir circunstâncias de tempo. São elas quando, enquanto, depois que, logo que, sempre que, senão, quando. Ex: “Quando você se separou de mim, quase a minha vida teve fim”. 
Condicionais: quando exprimem condição. São elas se, salvo se, caso, contanto que, uma vez que, dado que, a menos que. Ex: Tudo se permitirá, contanto que eles assumam.
Causais: quando exprimem circunstância de causa. São elas porque, porquanto, visto que, visto como. Ex: Ele foi condenado porquanto o crime ficou provado.
Finais: quando expressam circunstância de finalidade. São elas 
Para que, a fim de que, porque (= para que), que. Ex: Planeje sua viagem para que não seja surpreendido.
Comparativas: ao estabelecer comparação. São elas que, do que (depois de mais, maior, menor, melhor, pior), qual (depois de tal), como, assim como, bem como, que nem, Ex: Ele age que nem o irmão. 
Conformativas: exprimem conformidade com o que se declara. São elas: conforme, como (= conforme) segundo, consoante. Ex: Tudo era feito conforme combinamos. 
Consecutivas: expressam uma consequência. São elas: tal que, tanto que, tamanho que, tão que. Ex: Ela falava tanto que lhe cassaram a palavra.
Concessivas: Dá-se a entender que se admite ou concede em fato contrário. São elas: ainda que, apesar de, embora, mesmo que, posto que, por mais que. Ex: Defendeu o amigo, embora descordasse de suas ideias.
Proporcionais: Em que menciona o fato realizado para dar proporcionalidade. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais...mais, quanto menos...menos. Ex: À medida que iam chegando ocupavam as poltronas.
Integrantes: introduzem orações subordinadas substantivas. São elas: que, se. Ex: É indispensável que conquistemos o mundo.
Exercícios

1). Complete as orações com as conjunções coordenativas:

a). Saiu cedo, ____________ não voltou ainda.
b). Estava estudando, _________você me telefonou.
c). Você reage ____________será dominado pela doença.
d). Não compareceu à reunião ___________ justificou a falta.
e). Não se afobe, __________ dispomos de bastante tempo.
 f). Falou bonito, ______________não me convenceu.
g). Você presenciou a cena, ___________pode explicar tudo.
h). As plantações estavam bonitas, __________o temporal destruiu tudo.
i). Nossas leis não são justas, _____________precisamos de uma Constituinte para modificá-las,
j). Errou, __________não quer reconhecer o erro.
k) Ele falava __________ eu ficava ouvindo.

2). Complete a conjunção coordenativa e classifique-a:
a). Tinha feito vários cursos, ____________devia estar preparado para o cargo. (____________________) 
b). Vocês falam muito, _____________agem pouco. (___________________)
c) O ator não aceitava críticas ao seu trabalho _____________ criou vários atritos com a imprensa. (_____________)
d) Reativemos o transporte ferroviário, ______________é mais econômico.(_____________________)
e). Os povos da América Latina enfrentam problemas, _____________devem unir-se. (_________________)
f). Não escreverei nada ___________darei entrevista. (_______________________)



3). Em cada uma das questões que seguem ocorre uma conjunção coordenativa grifada. Indique o tipo de relação estabelecido por tal conjunção, de acordo com o código que segue.

A) relação de adição;
B) relação de oposição;
C) relação de alternância;
D) relação de conclusão;
E) relação de explicação

1. Não vieram à festa nem telefonaram avisando. (     )
2. Compre um carro, ou ande a pé. (     )
3. Ele deve ser importante, pois todos falam dele. (       )
4. O terreno era árido, mas produzia alimentos para todos. (      )
5). Saiu daqui faz umas duas horas, portanto já dever ter chegado. (       )


5). Complete e classifique as conjunções destacadas nas frases abaixo:
Proporcionais, temporais, conformativas, causais, condicionais, concessiva, finais

a). Hoje estou com um humor péssimo, _____________ briguei com mamãe. (_________________)

b) _____________acordei, minha bolsa havia sumido. (_____________________)

c) _____________eu já sabia, tirei nota baixa. (_________________)

d). _____________eu sofra, não voltarei. (___________________)

e) ______________você saia, feche a porta. (__________________)

f). Estudei o assunto ______________pudesse ir bem na prova. (____________________)

g) _______________ia lendo o livro, entendia o assunto. (_____________________)

h)  ______________ ele mente, ______________ se atrapalha. (______________________)

i) Ele foi mal _____________ esqueceu o trabalho de Português. (______________________)

j) ______________ que estuda, mais aprende. (_______________________)


3) Diferenças nos usos das palavras abaixo: Atenção
1) POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ
* Por que: é usado no início de perguntas.
  Ex: Por que você não foi à festa?
* por quê: é usado no final de pergunta.
  Ex: Você não foi a festa por quê?
* porque: é usado em respostas, explicações ou justificativas.
  Ex: Ele não foi a festa porque não quis.
* Porquê: é um substantivo usado que equivale a motivo, razão e sempre vem acompanhado do artigo.
  Ex: Fale o porquê de sua falta na festa.
                    artigo         motivo
2) MAIS / MAS
* Mais – é um advérbio que indica quantidade.
  Ex: Jorge tem mais irmãos que eu.
                                      quantidade
* Mas – é uma palavra que dá ideia de oposição, contrariedade.
  Ex:  Edna era uma pessoa agradável, mas nem todos gostavam dela.
3) MAU / MAL
*Mau: é um adjetivo, que tem como antônimo bom.
  Ex: Este menino é mau.
        Este menino é bom.
* Mal: palavra que indica o contrário de Bem.
  Ex: Não te desejo o mal.
        Não te desejo o Bem.
Exercício:

1. Complete as frases abaixo utilizando: porqueporquêpor que ou por quê: 

a) O clima da Terra está se alterando______________ os gases expelidos sobretudo pelas indústrias destroem a camada de ozônio. 
b) ____________há tantos casos de doenças no pulmão nos dias de hoje?
c) Ele não explicou o ____________ de sua atitude. 
d) Você não foi à nossa casa ____________?
e) Não queremos saber _____________ as ruas estão tão esburacadas; queremos que sejam consertadas. 
f) O governo deve esclarecer o ____________ de tantos impostos. 
g) Não volte tarde _____________ há risco de ser assaltado. 
h) Ela ficou irritada _______________ ?
i) Todos querem saber ______________houve tanto rigor na entrada do show. 
j) ____________ houve tanto rigor na entrada do show?
k) Houve tanto rigor na entrada do show _____________ ?
l) Conseguimos perceber ______________ você se retirou: ficou magoado com a falta de respeito das pessoas.
2). Complete as frases a seguir com MAS ou MAIS:
a)    . Tenho _____ amigos que você.
b)    . Pesquisei bastante, ______ não achei nada sobre esse assunto.
c)    . Este ano estou _____ dedicado aos estudos.
d)    . Divirta-se, _____ antes cumpra com suas obrigações.
e)    . Este é o terno _____ caro da loja.
f)     Ele estudou muito, _____ não foi bem na prova.
g)    O carro está com problemas, ____ vou usá-lo assim mesmo.
h)    . Os professores lutaram por um aumento, ____ não conseguiram.
i)      . Há _____ crimes à luz do dia atualmente.
j)      . Não consegui chegar a tempo, _____ ninguém percebeu.
k)    . Quanto ______ estudo _____ aprendo.
l)      . Queria comprar um carro novo, _____ não tinha dinheiro.
m)  Pelé jogou _____ que Maradona.
n)    . Eles correram bastante, ______ perderam o ônibus.
o)    . Esses alunos conversam demais, _____ fazem as tarefas.
p)    . Na cidade há _____ assaltos do que no campo.

Atividade via e-mail (envie somente as respostas)

Visita

  Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
  Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. E não tem mais jeito – pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo, afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
  Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na Avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor? Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que servente o matasse. “Não faça isso com o coitado! ” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença. ” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31. São Paulo : Ática, 2001.
Questões:
  1. Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
  1. Colocou-o dentro de um pote de água.
  2. Escondeu-o para que ninguém o matasse.
  3. Pingou água sobre sua cabeça.
  4. Procurou por outros insetos no escritório.

  1. O homem interessou-se pelo inseto porque
  1. Decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
  2. Estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
  3. Percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
  4. Resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.

  1. A mudança na rotina do homem deveu-se
  1. À chegada do inseto na redação do jornal.
  2. Ao intenso calor daquela tarde de verão.
  3. À monotonia do trabalho no escritório.
  4. À transferência de local onde estava o inseto.
  1. Em “Não faça isso com o coitado! ”, a palavra sublinhada sugere sentimento de 
  1. Maldade
  2. Afeição
  3. Desprezo
  4. Esperança

  1. A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
  1. Curiosidade científica.
  2. Lembranças da infância.
  3. Medo de pegar uma doença.
  4. Sensação de espanto.

  1. Com base na leitura do texto, pode-se concluir que a questão central é
  1. A presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
  2. A saudade dos amigos de infância.
  3. A vida agitada da grande cidade.
  4. A preocupação com a proteção aos animais.

  1. “Parecia morto, mas notei que movia nervosamente...” a palavra destacada pode ser substituída por :
  1. Logo
  2. Pois
  3. Porém
  4. E

  1. “Não faça isso com o coitado! ” O verbo destacado indica:
  1. Ação
  2. Obséquio
  3. Ordem
  4. Vontade

  1. “Estava morrendo de sede...” a palavra destacada é usada para: 
  1. Caracterizar a sede
  2. Para acompanhar o nome
  3. Para substituir um nome
  4. Para ligar os termos

  1. “É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, pleno coração da metrópole? ” O conectivo usado expressa: 
  1. Uma explicação
  2. Uma alternativa
  3. Uma conclusão
  4. Uma oposição

4 ) Figuras de Linguagem

Figuras de linguagem são recursos usados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida.
É muito importante saber identificar as diversas figuras de linguagem, pois desta forma é possível interpretar melhor os diferentes tipos de textos.
Compreender e saber usar as figuras de estilo capacita o uso mais eficaz da linguagem como fenômeno social, ajudando a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras literárias, por exemplo.
As figuras de linguagem podem ser subdivididas em: figuras de palavrasfiguras de pensamento e figuras de construção.
Figuras de Palavras:
  • Catacrese: emprego de uma palavra no sentido figurado por não haver um termo próprio. Ex.: “A perna dos óculos”.
  • Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual. Ex.: “A menina é uma flor”.
  • Comparação: parecida com a metáfora, a comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar uma característica parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim e etc). Ex: "O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente".
  • Metonímia: substituição lógica de uma palavra por outra semelhante. Ex.: “Beber um copo de vinho”.
  • Onomatopeia: imitação de um som. Ex.: “trrrimmmmm” (telefone).
  • Perífrase: uso de uma palavra ou expressão para designar algo ou alguém. Ex.: “Cidade Luz” (Paris).
  • Sinestesia: mistura de diferentes impressões sensoriais. Ex.: “O doce som da flauta”.
Figuras de Pensamento:
  • Antítese: palavras de sentidos opostos. Ex.: bom/mau
  • Paradoxo: referente a duas ideias contraditórias em uma só frase ou pensamento. Ex: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor”.
  • Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou atitude. Ex.: “Foi para o céu” (morreu).
  • Hipérbole: exagero intencional. Ex.: “Morto de sono”.
  • Ironia: afirmação contrária daquilo que se pensa. Ex.: “É um santo! ” (Para alguém com mau comportamento).
  • Prosopopeia ou Personificação: atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Ex.: “O sol está tímido”.

Exercícios: 

3.  Aponte a figura: “Naquela terrível luta, muitos adormeceram para sempre”.

       a)     Antítese
       b)    Eufemismo
       c)     Hipérbole 
       d)    Prosopopeia
       e)     Metonímia 

4. Na expressão “A natureza pode estar chorando” temos:

a) antítese
b) catacrese
c) ironia
d) personificação
e) eufemismo

5. “- O zum-zum-zum das crianças no prédio irritou o velho...

a) eufemismo
b) prosopopeia
c) antítese
d) onomatopeia
e) hipérbole

6. “Eu já lhe disse um bilhão de vezes para não exagerar quando falar!

a) comparação
b) hipérbole
c) ironia
d) prosopopeia
e) catacrese

7. 
 “A confiança é uma mulher ingrata
Que te beija e te abraça
Te rouba e te mata [...]”                                                      (Racionais)


Podemos afirmar que esse trecho foi construído por meio de uma figura de linguagem denominada de:

a) comparação
b) prosopopeia
c) metáfora
d) metonímia
e) ironia

8.  Na frase: "Não se esqueça de levar o som, pois churrasco sem música é entediante", em relação ao termo "som" é correto dizer que ocorre:

a) metáfora
b) metonímia
c) eufemismo
d) onomatopeia
e) catacrese

9. O procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação é denominado:

a) metáfora
b) hipérbole
c) paradoxo
d) ironia
e) comparação

10. Observe o texto abaixo retirado de uma rede social em 2018. 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhATpJ-VOrU8s0xbQGah2ikGiUIJgoAmM5Tc4hi4IfHo5URwYNAkE_gnylevC_DtVYFPZLpcK-KcBjRWiCCRXO4V696ALhzB_mfuAs6Or86Id-9xrozCkzBWH06sia-LNBZte9_G1wToIg/s640/lula.png

O contexto de produção deste texto é o fato da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Buscando atingir efeitos de sentido por meio de seu texto, a autora fez uso, predominantemente, de um recurso estilístico que se denomina:  
  
a) Metáfora                b) comparação               c) metonímia                  d) ironia              
e) eufemismo


5) O que é Literatura?


A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras.
Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras.
Trata-se, portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que utiliza das palavras para criar arte, ou seja, a matéria prima da literatura são as palavras, tal qual as tintas é a matéria prima do pintor.
De tal maneira, o conceito de literatura também pode compreender o conjunto de estórias fictícias inventadas por escritores em determinadas épocas e lugares, sejam poemas, romances, contos, crônicas, novelas.
Os textos literários possuem uma função muito importante para o ser humano, de forma que provocam sensações e produzem efeitos estéticos os quais nos fazem entender melhor nós mesmos, nossas ações bem como a sociedade em que vivemos. Segundo o crítico literário Afrânio Coutinho:
"A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."
Na literatura, os Estilos de Época (também chamadas de Escolas Literárias ou Movimentos Literários) representam o conjunto de procedimentos estéticos que caracterizam a produção literária de determinado período histórico.
Estão concentrados a partir de características semelhantes entre as obras dos produtores literários, nesse caso, os escritores.
Em outras palavras, os estilos de época surgem na medida em que os processos artísticos individuais se tornam repetitivos e constantes.
São assinalados por determinada época histórica de acordo com seus valores estéticos e ideológicos, criando assim, uma geração de escritores e consequentemente, de obras literárias que apresentam características semelhantes.
Romantismo no Brasil
LITERATURA
O Romantismo no Brasil foi um importante movimento artístico do século XIX, com representantes brasileiros da prosa e da poesia, podendo ser dividido em três gerações.
O Romantismo foi um dos principais movimentos de arte do século XIX e, no Brasil, teve como marco inicial a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. Possuindo manifestações tanto em prosa quanto em verso, o Romantismo brasileiro é considerado um dos principais marcos da Literatura em nosso país.
Uma das razões para isso é a importância da estética romântica para o momento histórico em que essa arte está inserida no Brasil: a chegada da Família Real e a reclassificação do território nacional, deixando de ser uma colônia de exploração e, doravante, passando a intitular-se Reino Unido a Portugal. Alguns principais autores do Romantismo brasileiro são José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Contexto histórico
O principal fato histórico que permeia o Romantismo no Brasil é a chegada da Família Real portuguesa, em 1808. Nesse período, o país deixou oficialmente de ser uma colônia de exploração e passou a ser a sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com isso, uma série de modernizações começou a ocorrer no país. Algumas das principais delas são:
  • criação da imprensa brasileira;
  • construção do Museu Nacional (incendiado em 2018);
  • fundação do Banco do Brasil;
  • decreto de abertura dos portos às nações amigas;
  • criação do Ministério da Marinha, das Relações Exteriores e do Tesouro Nacional, assim como a fundação da Casa de Suplicação do Brasil (atual Supremo Tribunal da Justiça).

Características

O Romantismo é o movimento artístico que representa a burguesia do século XVIII e XIX, ou seja, o movimento é o de uma produção da nova elite da sociedade, que havia superado os regimes absolutistas em diversos países. Por conta disso, os ideais dessa burguesia são aqueles presentes nas obras românticas. Alguns deles são:
  • egocentrismo (culto ao “eu”; o indivíduo como centro da existência);
  • nacionalismo;
  • exaltação da natureza enquanto cúmplice do sujeito;
  • idealização do herói, do amor e da mulher;
  • fuga da realidade por meio da morte, do sonho, da loucura ou da arte.
Para além dessas características gerais, vale ressaltar que as manifestações da poesia e da prosa, dentro do Romantismo, tiveram, cada uma, suas particularidades, conforme vamos explicar a seguir.

Casimiro de Abreu foi um dos grandes nomes do ultrarromantismo.* 
Fases do Romantismo na poesia 
A poesia romântica brasileira, para ser mais bem compreendida, pode ser dividida dentro dos três grupos ou gerações que a abarcam: os indianistas, os ultrarromânticos e os condoreiros.
Indianistas (Primeira Geração Romântica): tiveram como principal expoente o poeta Gonçalves Dias. Os poetas indianistas foram os mais nacionalistas entre os românticos. Em seus poemas, como o célebre I-Juca Pirama, nota-se a exaltação da natureza nacional e a construção do índio como herói brasileiro:
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
I-Juca Pirama, Gonçalves Dias
Ultrarromânticos (Segunda Geração Romântica): também conhecida como byroniana ou spleen, é marcada pelo sentimentalismo acentuado, pessimismo e fuga da realidade — pela morte, pelo sonho, pela loucura ou pela arte. Os principais representantes desse grupo foram Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.
Eu deixo a vida como quem deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
— Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
                                                     Lembrança de Morrer, Álvares de Azevedo.

Condoreiros (Terceira Geração Romântica): chamada também de social ou hugoana (em homenagem ao escritor francês Victor Hugo, uma espécie de pai dessa geração), é notadamente marcada pela denúncia social. O principal escritor dessa vertente romântica, no Brasil, foi Castro Alves, e, em seus versos, percebe-se claramente um discurso combatente à escravidão vigente em país.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer...
                                   Navio Negreiro, Castro Alves.

Prosa

O Romantismo no Brasil coincide com a chegada, no país, da imprensa. Isso significa que, a partir de então, foi possível publicar jornais e livros no Brasil, tornando a produção cultural mais barata e, consequentemente, mais viável. Uma das principais formas de publicação utilizadas na época era o folhetim, uma técnica de escrita e divulgação de textos literários (em geral, romances e novelas) por meio dos jornais e em partes. Dessa forma, a cada edição do jornal, havia a publicação de um capítulo da obra, tal qual observamos nas telenovelas ou séries contemporâneas.
O principal prosador do romantismo brasileiro foi José de Alencar, e sua obra contém romances indianistas (Iracema e O Guarani, por exemplo), prosas urbanas (tais como Senhora) e narrativas rurais (o romance Til é um exemplar desse tipo).

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Iracema, José de Alencar.
data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAPABAP///wAAACH5BAEKAAAALAAAAAABAAEAAAICRAEAOw==
Iracema”, de José de Alencar, é um dos grandes clássicos da Literatura brasileira.*“ 

Autores e obras

A seguir, os principais autores do Romantismo brasileiro e suas respectivas obras:
Segundos Cantos (1848)
Últimos Cantos (1851)
Os Timbiras (1857)
Cantos (1857)
Lira dos Vinte Anos (1853)
Noite na Taverna (1855)
Primaveras (1859)
Espumas Flutuantes (1870)
A Cachoeira de Paulo Afonso (1876)
Os Escravos (1883)
O guarani (1857)
Iracema (1865)
Til (1871)
Senhora (1875)

Atividade via e-mail:

 Leia os textos acima e faça uma síntese sobre os mesmos em seu caderno, destacando os elementos mais importantes dos textos de literatura e envie a atividade realizada.

Leitura de obra literária: A viuvinha ( José de Alencar)