Atividade de Língua Portuguesa 2º B – E. M. – Prof.ª Cida Vieira
Orientações: Leiam os textos abaixo e respondam as questões, enviem as respostas via e-mail vieiracida21@gmail.com ou WhatsApp (11) 9 1145 6336
Gênero textual: Romance.
O que é Romance?
Romance é uma obra literária que apresenta narrativa em prosa, normalmente longa, com fatos criados ou relacionados a personagens, que vivem diferentes conflitos ou situações dramáticas, numa sequência de tempo relativamente ampla.
Um romance pode contar diferentes tipos de história, podendo ser denominado de “romance policial”, “romance de aventuras”, “romance regional”, “romance histórico”, “romance urbano”, “romance indianista” etc.
Características do Romance:
O romance pertence ao gênero narrativo da literatura, pois apresenta uma sequência de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo. A marca principal desse tipo de texto é a relação temporal que se estabelece entre os fatos, mesmo que não sejam narrados na sequência temporal em que ocorreram, é sempre possível reconstituir essa sequência.
Um romance apresenta quatro elementos em sua estrutura: narrador, personagem, enredo e tempo.
Narrador – aquele que conta o que aconteceu na história. Ele faz parte da narrativa, é um elemento da estrutura, não devendo ser confundido com o autor. O narrador pode ser uma das personagens e relacionar-se com outras. Nesse caso é um narrador em primeira pessoa.
Personagens – são os elementos do texto que praticam as ações e provocam o desenvolvimento da história. São representações fictícias de seres humanos, que podem ser descritos do ponto de vista físico e psicológico. A personagem principal de um romance é chamada de protagonista.
Enredo – é o nome que se dá a sequência dos fatos da narrativa. A palavra enredo vem de rede, o que sugere um entrelaçamento de fatos. O enredo apresenta situações de conflito e a partir dele se chega ao tema, que é o motivo central do texto.
Tempo – as ações das personagens acontecem no tempo. Num romance pode existir o tempo cronológico e o tempo psicológico. O tempo cronológico é o tempo exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias etc. Os fatos do enredo podem ser organizados numa sequência de antes e depois, isto é, numa sucessão temporal. O tempo psicológico é o tempo interior aquele que transcorre dentro das personagens. Por ser subjetivo, não pode ser medido ou calculado. É o tempo da memória, das reflexões.
Atividades:
Leia o texto abaixo, um fragmento do livro "A culpa é das estrelas", de John Green:
- Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.
- Meus medos?
- É
- Eu tenho medo de ser esquecido - disse de sem querer um momento de pausa. (...)
Olhei na direção do Augustus Waters, que me devolveu o olhar. Quase dava para ver através dos olhos dele, de tão azuis que eram.
- Vai chegar um dia - eu disse - (...) Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.
Não vai sobrar ninguém para se lembrar de Aristóteles ou de Cleópatra, quanto mais de você. Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui - fiz um gesto abrangente - vai ter sido inútil. Pode ser que esse dia chegue logo e pode ser que demore milhões de anos, mas, mesmo que o mundo sobreviva a uma explosão do Sol, não vamos viver para sempre. (...) E se a inevitabilidade do esquecimento humano preocupa você, sugiro que deixe esse assunto para lá. (...)
Assim que terminei fez-se um longo silêncio, e eu pude ver um sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto do Augusto – não o tipo de sorriso (...) do garoto tentando (...) me encarar, mas um sorriso sincero, quase maior que a cara dele.
- Caramba – disse ele baixinho – Não é que você é mesmo demais?
1. De acordo com esse texto, o medo de Augustus era
a) o fim da espécie humana
b) o silêncio
c) ser esquecido
d) sobreviver à explosão do Sol
2. Na expressão "- Caramba!", o ponto de exclamação reforça a ideia de
a) admiração
b) constrangimento
c) crítica
d) desconfiança
3. De acordo com esse texto, era possível ver através dos olhos de Augustus porque
a) encaravam a narradora
b) eram maiores que o rosto
c) eram muito azuis
d) pareciam sinceros
4. O trecho "Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.", foi construído a partir de qual recurso estilístico?
a) Exagero de uma ideia
b) Humanização de um sentimento
c) Jogo de palavras
d) Repetição de sons parecidos
5. Qual é o trecho que apresenta ideia de tempo?
a) "Augustus, talvez você queira falar de seus medos"
b) "Quase dava para ver através dos olhos dele"
c) "Assim que terminei fez-se um longo silêncio"
d) "sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto"
6. A linguagem utilizada no trecho "-Caramba! - disse ele baixinho - Não é que você é mesmo demais?" é
a) culta b) informal c) regional d) técnica
7. A que gênero textual pertence a obra "A culpa é das estrelas"?
a) conto b) fábula c) romance d) crônica
Romance: Conceição – Fragmento
Machado de Assis
[...] A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
[...].
ASSIS, Machado de. “A missa di galo”. In: Contos. 17. ed. São Paulo, Ática, 1993. p. 99.
Fonte: Livro- Português – Série – Novo Ensino Médio – Vol. único. Ed. Ática – 2000- p. 246-7.
Entendendo o romance:
8. – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
· À socapa:
· Comborça:
· Resignar-se:
· Maometana:
· Atenuado:
9 – Como você caracteriza a família descrita neste trecho? Da alta burguesia? Da classe média? Idealizada? Pobre? Rica? De hábitos sofisticados ou simples?
10 – Por que se pode afirmar que o ambiente doméstico desta família se caracteriza pela dissimulação (disfarce, fingimento, hipocrisia)?
11 – “O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio”. Que avaliação da personalidade de Conceição corresponde a essa descrição física?
12 – O que sobressai no texto: a descrição do ambiente ou a análise psicológica da personagem?
COESÃO E COERÊNCIA
Conheça a diferença entre elas
Coesão e coerência são dois elementos importantes na construção de um texto. Sem a coesão não seria possível transformar uma sequência de palavras num todo organizado, isto é, em um texto.
A coesão e a coerência desempenham funções diferentes dentro de um texto e são muito importantes para entender como fazer uma boa redação.
Diferença entre coesão e coerência
Coesão e coerência são elementos diferentes e muito importantes em a produção de textos. Um texto pode ser coeso e incoerente ao mesmo tempo. Ambas possuem em comum apenas o fato de serem relacionadas com as regras essenciais para a produção de um bom texto. O ponto principal da coesão textual são as regras da gramática, ou seja, articulação interna. A coerência textual, do contrário, aborda a articulação externa e mais profunda do texto: o seu conteúdo.
Criando coerência textual
Para atingir o objetivo de passar uma mensagem clara e compreensível, um bom texto deve conter alguns elementos que facilitem o entendimento do leitor, seguindo uma linha de pensamento que possa ser acompanhada e entendida.
Elementos importantes na coerência textual:
• Escrever de forma clara, simples, objetiva e concisa;
• Fazer a estruturação da ideia principal e das ideias secundárias;
• Estabelecer uma linha de raciocínio e pensamento lógico;
• Cruzamento de ideias e harmonia entre fatos;
• Propagar a informação importante com ênfase nas partes mais importantes;
• Expor informações suficientes sobre o assunto;
• Mostrar que domina o assunto apresentado;
Devem ser evitados na coerência textual:
• Uso desnecessário de palavras;
• Repetição de termos;
• Ideias redundantes;
• Contradições;
• Existência de fatos isolados;
• Frases muitos longas;
• Frases prontas, clichês, jargões, estrangeirismos;
• Uso de outros recursos que deixem o discurso pobre.
Veja o exemplo de texto incoerente:
O quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná Clube, foi entrevistado por um repórter da rádio Cidade. O Paraná tinha tomado um balaio de gols do Guarani de Campinas, alguns dias antes. O repórter queria saber o que tinha acontecido. Edinho não teve dúvidas sobre os motivos: Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo ataque do Guarani.
Criando coesão textual:
Para que um texto seja entendido de forma correta, é preciso que exista uma coesão harmoniosa entre as várias partes. Essa conexão é feita por meio de estratégias, havendo assim vários elementos que contribuem para a coesão textual.
Coesão referencial
Nesse tipo de coesão são usados pronomes e expressões adverbiais para evitar repetição de termos já citados ao longo do texto.
• Você viu minha prima por aí? Ela disse que vinha hoje.
• Essa bolsa é minha. Onde está a sua?
• Já arrumei todas as minhas malas, menos aquela.
Coesão sequencial
Para a coesão sequencial, são usados conectivos e expressões que dão continuidade aos assuntos ou fazem ligações entre as orações, criando uma sequência e relação com aquilo que já foi falado, como: por conseguinte, embora, logo, com o fim de,caso, entre outros.
• Perante aquele problema, não foi fácil tomar uma decisão.
• Isto posto, continuaremos realizando nossa pesquisa.
Exercícios:
13.No texto a seguir há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva uma interpretação absurda.
"Um cadáver morto foi encontrado boiando em canal."(Folha de S. Paulo, 2 nov. 1990.)
a) Identifique o trecho problemático.
b) Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho.
c) Qual a interpretação pretendida pelo autor?
d) Reescreva o trecho de forma que deixe explícita tal interpretação.
14.Leia o texto abaixo e responda às questões A e B.
Em Salvador, as gangues dos meninos de rua – que roubam e auxiliam traficantes para andar com roupa e tênis da moda – sabem que esse guarda-roupa não combina com a imundície dos locais onde dormem, chamados mocós em quase todo o país.
Contornam a dificuldade de banho nos chafarizes das praças ou se valem da boa vontade de grupos religiosos e donos de lanchonetes que os deixam usar os chuveiros.
Limpos, fortes e bem vestidos, não passam, porém, por garotos de classe média, como pretendem. São traídos por visíveis erupções de pele no rosto e nos braços, provocadas por constantes intoxicações. É esse o resultado da inalação da cola de sapateiro, do consumo de drogas mais pesadas e da alimentação suspeita que obtêm nas ruas.
Jornal O Estado de São Paulo. Mar 1992. In: FARACO & MOURA. Linguagem nova. São Paulo: Ática. V. 8, p. 53.
A) Indique as expressões do texto a que se referem os seguintes mecanismos de coesão:
a) que (linha 01)
b) esse guarda-roupa (linha 02)
c) onde (linha 02)
d) os (os deixam/ linha 05)
B) Explicite o tipo de relação sintático-semântica que se estabelece no texto pelos seguintes itens lingüísticos:
a) para (linha 01)
b) porém (linha 06)
15.Na frase: O Brasil é um país subdesenvolvido. Dessa forma, não tem muito prestígio. Qual palavra ou expressão coesiva dá sequenciação a este enunciado:
a) É
b) Não tem muito prestigio
c) Dessa forma
d) País
e) O Brasil
16. Na frase: Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim. O elemento coesivo que melhor uniria estas duas orações é:
a) E
b) Afinal
c) Entretanto
d) Ou
e) Ainda que