A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA REVOLUÇÃO FRANCESA
No caso de 14 de julho de 1789, o episódio é daqueles de maior importância para a História e influencia até hoje a nossa maneira de pensar e viver. Não é por acaso que a queda da Bastilha Saint-Antoine, marco do início da Revolução Francesa, inaugura o início da Idade Contemporânea: se hoje vivemos em um regime democrático, em que (pelo menos em tese) todos são considerados iguais perante à lei, agradeça à multidão francesa que se rebelou contra o reinado de Luís 16 e tentou colocar na prática o lema de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Construída para ser um forte que protegeria a cidade de Paris dos ingleses durante a Guerra dos Cem Anos (que, na realidade, durou 116 anos, entre 1337 e 1453), a Bastilha se tornou uma prisão contra os inimigos do rei e do regime monárquico. Era como um Game of Thrones da vida real: durante séculos, o rei tinha o controle de todas as decisões econômicas e políticas e era sustentado ideologicamente pela Igreja — a nobreza, dona de terras e de títulos que mantinham os seus privilégios passados de pai para filhos, dava apoio político e militar ao regime. Para a esmagadora maioria da população, restava trabalhar, pagar impostos e sustentar esse insustentável modelo produtivo.
Antes de reclamar que você também paga impostos em excesso e as coisas não são tão diferentes daquela época, alto lá. Afinal, mesmo sendo donos de negócios que rendiam dinheiro por meio do comércio e da produção de bens, os empresários daquela época (conhecidos como burgueses) não contavam com direitos políticos e pouco influenciavam nas decisões do país — na prática, eles sustentavam a economia, mas dificilmente alcançariam os mesmos privilégios da nobreza. Já para o grosso da população, formada por camponeses e trabalhadores nas cidades, a situação era ainda pior: em condição de pobreza, ainda eram obrigados a pagar pesados impostos em nome do rei e da Igreja. Para piorar, o aumento populacional não acompanhou a produtividade agrícola e, no final do século 18, a fome atingia os mais pobres que viviam em Paris. Inspiradas pelos ideais iluministas, que questionavam o poder ilimitado do rei e da Igreja, as insatisfações sociais se materializaram no dia 14 de julho. Não há um registro histórico exato para o estopim da revolta — fontes afirmam que a população se mobilizou após boatos de que o Exército Francês atacaria a população — mas uma massa de descontentes se concentrou em frente à Bastilha, rendendo seus guardas e tomando as armas que se acumulavam na fortaleza.
A partir daí, um regime sustentado por séculos começaria rapidamente a ruir: os burgueses dariam apoio econômico e político ao movimento revolucionário e o rei Luís 16 se viu obrigado a convocar uma Assembleia Constituinte — uma das primeiras medidas assinadas foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que universalizaria os direitos sociais e até hoje inspiram as constituições de países democráticos de todo o mundo. O fim do regime absolutista não diminuiu os descontentamentos populares: ao longo do final dos últimos anos do século 18, a Revolução Francesa passou por diferentes etapas, incluindo um momento de maior radicalização, quando os "inimigos do povo" enfrentaram as guilhotinas: em 1793, aos 38 anos, o próprio Luís 16 perderia a cabeça diante de uma multidão em Paris. O próprio calendário francês deixaria de seguir as orientações da Igreja Católica e os meses seriam batizados com nomes inspirados nas condições climáticas como "brumário", "nivoso", "ventoso", "germinal" e "frutidor". Era o calendário revolucionário francês.
O período de violência e as disputas internas entre o movimento revolucionário levaria a novas instabilidades políticas. A burguesia, então, apoiaria um jovem general que conquistara vitórias militares e parecia ser o homem certo para solidificar a nação. Em nove de novembro de 1799, Napoleão Bonaparte (que, ao contrário do senso comum, não era tão baixinho e media quase 1,70 metros) chegaria ao poder e encerraria o período revolucionário, retomando inclusive a autocracia do período real, mas dando privilégios para a burguesia que o apoiou. A burguesia e o Exército apoiaram Napoleão Bonaparte porque queriam um governo forte que restabelecesse a ordem e transformasse a França em um país poderoso na Europa.
1-Indique a importância histórica da Revolução Francesa e o lema dela.
2-O que era a Bastilha?
3-Antes da Revolução Francesa, como o rei governava o país e quais os grupos sociais que o apoiavam?
4-Descreva como viviam os burgueses e os camponeses.
5-O que as ideias iluministas questionavam ?
6-Indique a importância da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão?
7-O fim do regime absolutista diminuiu os descontentamentos populares? Explique.
8-O que aconteceu com o rei Luís 16 (XVI) ?
9-Indique os meses que compunham o calendário revolucionário francês.
10-Por que a burguesia e o Exército apoiaram Napoleão Bonaparte?
ATIVIDADE AVALIATÓRIA DE HISTÓRIA – O PERÍODO JOANINO
A chegada da família real portuguesa no Brasil marcou intensamente os destinos do Brasil e da Europa. Pela primeira vez na história, um rei europeu transferia a capital de seu governo para o continente americano. Escoltados por embarcações britânicas, cerca de 10 mil pessoas fizeram a viagem que atravessou o oceano Atlântico. Sofrendo diversos inconvenientes durante a viagem, os súditos da Coroa Portuguesa enfrentaram uma forte tempestade que separou o comboio de embarcações. Parte dos viajantes aportou primeiramente na Bahia e o restante na cidade do Rio de Janeiro. Como se sabe, as Guerras Napoleônicas forçaram a transferência do governo português de Lisboa para o Rio de Janeiro, visto que Portugal era o principal aliado da Inglaterra. Responsabilizados por escoltar a Família Real e defender as terras portuguesas da invasão napoleônica, os ingleses esperavam vantagens econômicas em troca do apoio oferecido. Já na Bahia, D. João, orientado pelo economista Luiz José da Silva Lisboa, instituiu na Carta Régia de 1808 a abertura dos portos a “todas as nações amigas”. Historicamente, a medida encerrava o antigo pacto colonial que conduziu a dinâmica econômica do país até aquele momento.
Além de liberar o comércio, essas medidas trouxeram outras importantes consequências de ordem econômica. O contrabando sofreu uma significativa diminuição e os recursos arrecadados pela Coroa também aumentaram. Ao mesmo tempo, os produtos ingleses tomaram conta do país, impedindo o desenvolvimento de manufaturas no Brasil, as cidades portuárias tiveram notório desenvolvimento. Dois anos mais tarde, o decreto de 1808 transformou-se em um tratado permanente. No ano de 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, fixaram os interesses britânicos no mercado brasileiro. Foram estabelecidas taxas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses. Os produtos ingleses pagavam taxas de 15%, os portugueses de 16% e as demais nações estrangeiras pagariam uma alíquota de 24%. Além desses valores, o tratado firmava um compromisso em que o tráfico negreiro seria posteriormente extinguido.
Além de trazer transformações no jogo econômico, o governo de Dom João VI empreendeu outras mudanças. Adotada como capital do império, a cidade do Rio de Janeiro sofreu diversas modificações. Missões estrangeiras vieram ao país avaliar as riquezas da região, a Biblioteca Real foi construída, o primeiro jornal do país foi criado. Além disso, novos prédios públicos foram estabelecidos. A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas das obras públicas do período joanino. Nas questões externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas militares nas fronteiras do país. No ano de 1809, tropas britânicas e portuguesas conquistaram a cidade de Caiena, capital da Guina Francesa. A manobra, que tinha por objetivo agredir o governo francês, colocou a região sob o domínio do Brasil até quando o Congresso de Viena restituiu a região à França. No ano de 1817, as tropas imperiais invadiram a Província Cisplatina. Essa nova investida militar era importante por razões diversas. Além de ser uma região de rico potencial econômico, o domínio sob a região da Cisplatina impedia uma possível invasão napoleônica às colônias da Espanha, que havia sido dominada pelas tropas francesas. Dez anos depois, um movimento de independência pôs fim à anexação da Cisplatina, dando origem ao Uruguai. Em 1815, a administração joanina elevou o Brasil à condição de Reino Unido.
Além de trazer transformações no jogo econômico, o governo de Dom João VI empreendeu outras mudanças. Adotada como capital do império, a cidade do Rio de Janeiro sofreu diversas modificações. Missões estrangeiras vieram ao país avaliar as riquezas da região, a Biblioteca Real foi construída, o primeiro jornal do país foi criado. Além disso, novos prédios públicos foram estabelecidos. A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas das obras públicas do período joanino. Nas questões externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas militares nas fronteiras do país. No ano de 1809, tropas britânicas e portuguesas conquistaram a cidade de Caiena, capital da Guina Francesa. A manobra, que tinha por objetivo agredir o governo francês, colocou a região sob o domínio do Brasil até quando o Congresso de Viena restituiu a região à França. No ano de 1817, as tropas imperiais invadiram a Província Cisplatina. Essa nova investida militar era importante por razões diversas. Além de ser uma região de rico potencial econômico, o domínio sob a região da Cisplatina impedia uma possível invasão napoleônica às colônias da Espanha, que havia sido dominada pelas tropas francesas. Dez anos depois, um movimento de independência pôs fim à anexação da Cisplatina, dando origem ao Uruguai. Em 1815, a administração joanina elevou o Brasil à condição de Reino Unido.
Essa nova nomeação extinguiu politicamente a condição colonial do país. Inconformados, os lusitanos que permaneceram em Portugal se mostravam insatisfeitos com o fato do Brasil tornar-se a sede administrativa do governo português. Foi quando, em 1820, um movimento revolucionário lutou pelo fim da condição política secundária de Portugal. A chamada Revolução do Porto criou um governo provisório e exigiu o retorno de Dom João VI a Portugal. Temendo a perda do seu poder, Dom João VI foi pra Portugal e deixou o seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil. Os revolucionários, mesmo inspirados por princípios liberais, exigiram a volta do pacto colonial. No Brasil, as repercussões desses acontecimentos impulsionaram a formação de um movimento que possibilitou a independência do Brasil.
Questões:
1-Indique a importância histórica da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil. Que dificuldades a comitiva que acompanha a Família Real Portuguesa sofreu?
2-Que fato provocou a transferência do governo português de Lisboa para o Rio de Janeiro? Que país era o principal inimigo da França napoleônica?
3-O que a Carta Régia de 1808, assinada na Bahia, decretou e o que ela representou historicamente?
4-Indique as consequências que a Carta Régia de 1808 trouxe.
5-Que vantagens os tratados de 1810 deram aos produtos ingleses no Brasil ?
6-Cite três outras realizações do governo de Dom João no Brasil.
7-Nas questões externas, que território francês foi invadido por tropas do Brasil? Por que a Província Cisplatina foi invadida pelo Brasil e, mais tarde, que país surgiu nesse território?
8-O que a Revolução do Porto exigiu ? Quem assumiu o governo do Brasil e quais repercussões desse fato para o Brasil?