Segundo governo e o suicídio de Vargas
Getúlio Vargas montou sua estratégia para a eleição presidencial de 1950 de maneira perfeita. Aproximou-se de Ademar de Barros, um político que tinha ganhado influência em São Paulo, e conseguiu vencer seus adversários, que foram Cristiano Machado (PSD) e Eduardo Gomes (UDN). Foi eleito com quase 49% dos votos. O segundo governo de Vargas foi, portanto, democrático, e ele tentou governar dentro dos limites constitucionais. Todavia, a oposição da União Democrática Nacional (UDN) fez com que esse período ficasse marcado por crises políticas. Antes mesmo de ser empossado, a UDN já criava obstáculos para o político gaúcho.
Nesse governo, Vargas procurou defender uma política econômica nacionalista que dava prioridade para que a exploração dos recursos nacionais fosse realizada por empresas estatais e que o capital estrangeiro tivesse influência reduzida. Também defendia que o Estado deveria interferir constantemente na economia como forma de garantir o desenvolvimento econômico do país. Em 1953, uma de suas grandes realizações foi a criação da PETROBRAS. Procurou aproximar-se dos trabalhadores como forma de garantir sustentação ao seu governo, mas fracassou. A crise política e os ataques da UDN enfraqueceram o governo de Vargas. Em 1954, um dos opositores políticos de Vargas, chamado Carlos Lacerda, sofreu um atentado e descobriu-se que o mandante era o chefe de segurança do palácio presidencial, cujo nome era Gregório Fortunato. Esse fato ficou conhecido como atentado da Rua Tonelero. Isso foi um verdadeiro escândalo nacional e amplificou a crise do governo. Vargas ficou acuado com os ataques e os pedidos de renúncia. Isolado politicamente e com dificuldades econômicas do país, no dia 24 de agosto, em seu quarto no Palácio do Catete, Vargas atirou contra o próprio coração e, assim, pôs fim a sua vida cometendo suicídio. Deixou uma carta-testamento justificando sua ação e defendendo seu governo.
Em um trecho da sua carta testamento, Vargas fala que:
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.|1|
O funeral de Vargas mobilizou milhares de pessoas, e o clima de comoção que se espalhou pelo Rio de Janeiro forçou os opositores de Vargas a recuarem. O pivô da crise, Carlos Lacerda, acabou fugindo do Brasil. Depois do suicídio de Vargas, o legado político do varguismo foi continuado por meio de João Goulart, conforme apontam muitos historiadores.
Vídeo complementar https://www.youtube.com/watch?v=1XmqMIkMK8M
ROTEIRO DE TRABALHO :
1-Como Getúlio Vargas montou sua campanha eleitoral? Quem foram os adversários de Getúlio Vargas na eleição presidencial de 1950?
2-Qual era o principal partido político que fazia oposição ao governo de Getúlio Vargas?
3- Explique a política econômica defendida por Getúlio Vargas.
4-Qual foi a grande realização do governo Vargas em 1953?
5-Por que Getúlio Vargas aproximou-se dos trabalhadores?
6-Relacione o atentado da Rua Tonelero com a crise politica do governo Vargas em 1954.
7-Por que Getúlio Vargas cometeu suicídio?
8-Explique o clima de comoção após a morte de Vargas. Quem foi o seu herdeiro político?