sexta-feira, 10 de julho de 2020

Língua Portuguesa 2º SB---Prof.ª Suellen---2º Bimestre

2ºSB – 2º bimestre
Romantismo no Brasil

Romantismo no Brasil teve como marco inicial a publicação do livro de poemas de Gonçalves de Magalhães (1811-1882), intitulado "Suspiros poéticos e saudades", em 1836.
Além dessa obra, a Revista Niterói, publicada nesse mesmo ano em Paris, também foi precursora do movimento romântico na Brasil.
Esse período é caracterizado por manifestações culturais, artísticas e literárias iniciadas na Europa no século XVIII.

Principais características
As principais características da literatura romântica no Brasil são:
  • Rompimento com a tradição clássica;
  • Amor platônico, idealismo;
  • Idealização da mulher;
  • Subjetivismo e egocentrismo;;
  • Indianismo (tema do índio);
  • Nacionalismo e ufanismo;
  • Culto à natureza;
  • Sentimentalismo exacerbado;
  • Maior liberdade formal;
  • Religiosidade;
  • Evasão e escapismo.

Gerações Românticas
O Romantismo no Brasil está dividido em três fases:

1ª Fase Romântica
As características da primeira geração romântica são o Nacionalismo e o Indianismo.
Aqui os escritores exploram temas como: natureza, sentimentalismo, religiosidade, ufanismo, nacionalismo.
Nesse sentido, o indianismo, expressa uma das buscas aos temas nacionais, visto que o Brasil havia conquistado sua independência pouco antes, em 1822.
Interessante notar que nessa fase, os autores buscam um retorno ao passado histórico bem como ao medievalismo.
Nesse momento, merecem destaque os autores:

2ª Fase Romântica
Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda geração romântica foi profundamente influenciada pela poesia do inglês George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso, é muitas vezes chamada de geração “Byroniana”.
Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é permeada dos temas: egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da realidade.
No Brasil, os principais escritores dessa geração foram:

3ª Fase romântica
Chamada de “Geração Condoreira”, a terceira geração romântica é caracterizada pela poesia libertária e social.
Com isso, o período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua mais importante característica: a liberdade.
Vale lembrar que essa geração sofreu muita influencia do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser conhecida também como geração “Hugoana”.
No Brasil, seus principais representantes foram:


Realismo no Brasil
O Realismo é a escola literária que analisa a realidade. Tem origem na França e, no Brasil, surge depois do Romantismo e antes do Simbolismo, compreendendo os anos 1881 a 1893 - o mesmo período em que o Naturalismo e o Parnasianismo também ocorreram.
Marcado pelo objetivismo, pela veracidade e pela denúncia social, o Realismo brasileiro tem início com a obra de Machado de Assis “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicada em 1881.

Contexto histórico do realismo no Brasil
Quando o Realismo surge no Brasil em 1881, o País passava pelo processo do abolicionismo, um movimento que tinha surgido na Europa e promoveu o fim da escravidão brasileira em 1888.
Na mesma altura, em 1889, ocorre a Proclamação da República.
É nesse cenário, influenciado pelo Positivismo, pelo Socialismo e pelo Marxismo, que se desenvolvem ao longo dos anos 1800, que o Realismo surge no Brasil.

Características do realismo brasileiro
  • Inversão dos ideais do Romantismo;
  • Enfoque no homem e no seu cotidiano;
  • Crítica social;
  • Linguagem simples e objetiva;
  • Personagens e ambientes descritos de forma detalhada.

O Realismo no Brasil dá enfoque ao homem, ao seu cotidiano e à crítica social. Assim, por meio de uma linguagem simples e objetiva, as obras são ricas na descrição de detalhes - características que visam aproximar o leitor o mais possível da realidade.
O Realismo em Portugal, por sua vez, tem enfoque no combate ao Romantismo e a sua idealização da sociedade, bem como no ataque à burguesia, à monarquia e ao clero.
Assim, tenta mostrar como a mentalidade romântica ilude as pessoas e como era preciso dar espaço à ciência.

Obras do realismo brasileiro
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881)
Clássico da literatura brasileira, Memórias Póstumas é a obra de maior destaque de Machado de Assis, e aquela que inaugura o Realismo no Brasil.
Isso porque é uma obra ousada, a partir da qual tem início o processo de inversão dos ideais românticos ao desmascarar interesses presentes nas relações sociais.
Dividida em 160 capítulos, começa com o relato da morte do seu narrador, Brás Cubas, o “defunto autor”.

Dom Casmurro, de Machado de Assis (1899)
Outra incrível obra de Machado de Assim, Dom Casmurro trata da desconfiança na relação conjugal, mais uma vez opondo-se aos ideais do romantismo.
Dom Casmurro apresenta-se em 148 capítulos, que não são suficientes para revelar a dúvida quanto à traição de Capitu com Escobar. Capitu é o amor da vida do narrador Bentinho, conhecido como “Dom Casmurro”; Escobar é o seu melhor amigo.

Quincas Borba, Machado de Assis (1891)
É com Quincas Borba que se completa a trilogia realista de Machado de Assis, obra em que o autor aborda a questão dos casamentos por interesse.
Composta por 201 capítulos curtos, o narrador da obra é onisciente e, por vezes, chega a se comunicar com o leitor.

O Ateneu, de Raul Pompeia (1888)
Importante obra do realismo, ao mostrar a realidade de um colégio interno através de descrições detalhadas, O Ateneu constitui uma crítica à sociedade.
O livro, inicialmente publicado em folhetins, é composto por 12 capítulos, e pode ser considerado autobiográfico, uma vez que fala de uma realidade vivida pelo próprio autor, que estudou num colégio interno.

Canções sem Metro, de Raul Pompeia (1900)
Canções sem Metro é uma prosa poética que inaugura o poema em prosa no Brasil.
Apesar do fato de dar início a esse tipo de expressão que conjuga os gêneros literários-  prosa e poesia -, é uma obra que poucos conhecem e, inclusive, é vista por alguns como um fracasso de Pompeia.

Os dois autores brasileiros da escola realista
Machado de Assis (1839-1908)
Considerado um dos maiores escritores da Literatura Brasileira, Machado de Assis foi também jornalista e crítico literário.
Figura singular, um dos fundadores e diretor da Academia Brasileira de Letras, escreveu poesia, contos, crônicas, romances e teatro.
Marcada por temas sociais, críticas à burguesia e profunda análise psicológica dos personagens, sua prosa é dividida em dois momentos: uma fase com a presença de características românticas, e outra marcadamente realista.

Raul Pompeia (1863-1895)
Jornalista, escritor e orador brasileiro, Raul Pompeia publica seu primeiro romance, Uma Tragédia no Amazonas, em 1880.
O grande destaque dessa fase é o seu romance intitulado O Ateneu (1888), primeiramente publicado nos folhetins e posteriormente a obra completa.
Figura polêmica,envolveu-se na campanha abolicionista e nas causas republicanas. Além disso, foi caluniado e afastado pelos amigos e, diante disso, suicidou-se no dia 25 de dezembro de 1895.

Aluísio Azevedo, Rodolfo Teófilo e Visconde de Taunay são realistas?
Machado e Pompeia são os autores em cujas obras as características do realismo são marcantes. Além de ambos, no período realista Aluísio Azevedo, Rodolfo Teófilo e Visconde de Taunay transportam em alguns trabalhos marcas realistas.
Aluísio Azevedo e Rodolfo Teófilo pertencem ao Naturalismo, o qual é considerado por alguns estudiosos uma vertente do Realismo. Isso porque as duas escolas literárias apresentam semelhanças - especialmente no que respeita à representação da realidade e a inversão dos ideais do Romantismo.
Visconde de Taunay, por sua vez, pertence ao Romantismo. No entanto, sua obra de maior destaque, Inocência, conjuga características românticas e realistas. Para alguns críticos literários, Inocência, marca a transição do autor entre uma escola e outra.

O Realismo em Portugal
Realismo em Portugal desenvolve-se nos últimos anos da década de 60 do século XIX e tem como marco a Questão Coimbrã.
O movimento reflete o pensamento da elite intelectual do país insatisfeita com o clero e a monarquia. É um período de agitação política, social e cultural que toma conta de grandes centros educacionais, como em Coimbra.
A Escola Realista de Portugal estende-se até 1890, quando Eugênio de Castro publica a obra "Oaristos", um livro de poesias que seguia o modelo simbolista importado da França.

Questão Coimbrã
É o clima ideal para o desenvolvimento do movimento que ficou conhecido como "Questão Coimbrã" (1865), quando se defrontam jovens estudantes de Coimbra que estavam atentos às novas ideias vindas da Alemanha, França e Inglaterra.
Nos anos 70, os intelectuais que integravam o grupo de Coimbra promovem um clico de palestras que ficou conhecido por "Conferências Democráticas do Casino Lisbonense".
Entre os participantes do ciclo está o jovem Eça de Queiros, que estava alheio à Questão Coimbrã, mas havia aderido ao novo pensamento realista.

Contexto Histórico
O Realismo é usado para denominar a reação aos ideais românticos que caracterizaram a segunda metade do século XIX.
A Europa está na segunda fase da Revolução Industrial, conhece o desenvolvimento do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais difundidas por Hegel, Augusto Comte, Marx e Engels e o evolucionismo de Darwin.

Características
  • Objetivismo e Cientificismo;
  • Materialismo e negação dos sentimentos;
  • Reação à monarquia e ao clero;
  • Preocupação com o presente.

Principais Autores e Obras
Antero de Quental (1842 - 1891)
A produção poética de Antero de Quental é apresentada em três momentos, todos ligados à trajetória de vida do autor.
As primeiras poesias são anteriores à Questão Coimbrã e ainda refletem o modelo romântico. Já os poemas "Odes Modernas" são denominados como um marco em sua obra e apontam uma fase de poesia revolucionária com forte influência do movimento em Coimbra.
O livro mais revelador de Antero de Quental é "Os Sonetos", definidos pela crítica literária como tecnicamente perfeitos e lógicos.

Eça de Queirós (1845 - 1900)
A fase realista de Eça de Queirós é marcada pela trilogia "Cenas da Vida Portuguesa", com as obras "O Primo Basílio", "Os Maias" e "O Crime do Padre Amaro".
Nas obras, o autor monta um painel da sociedade portuguesa e retrata os múltiplos aspectos da vida cotidiana: a cidade provinciana, a influência do clero, a pequena e a média burguesia de Lisboa, os intelectuais e a aristocracia.

Aproveitamento de leitura...
  1. Após realizar esta atividade envie-a para o e-mail: sconceicao@prof.educacao.sp.gov.br até dia 17/07/2020. Não se esqueça de se identificar com nome, número e turma.
  2. Faça o resumo do texto em seu caderno.
Obs.: Um resumo é um gênero textual que parte das informações mais relevantes de um texto, por isso, ele não deve ser nem curto demais e nem maior que o texto original. Leia o texto a ser resumido com atenção e, se possível, grife as passagens mais importantes depois transcreva com suas palavras utilizando a norma-culta, ou seja, não use abreviações e termos e/ou expressões informais. 

  1. Depois de resumir o texto, responda as questões abaixo:
  1. Qual obra dá início ao Romantismo brasileiro?
  2. Qual obra inicia o Realismo brasileiro?
  3. Quais os principais autores do Realismo português? E do brasileiro?
  4. Quantas são as fases do Romantismo brasileiro? Quais suas características?
  5. O Realismo é uma escola que contraria o Romantismo. Quais características as diferem?
  6. No que se diferem o Realismo brasileiro e português? 
  7. No que consiste a Questão Coimbra?
  1. (FESP) Identifique o movimento literário, o autor e a obra que traz como dedicatória a seguinte frase: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como lembrança estas...”
  1. Realismo. Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
  2. Naturalismo. Aluísio Azevedo. O mulato.
  3. Naturalismo. Júlio Ribeiro. A carne.
  4. Pré-modernismo. Lima Barreto. Triste Fim de Policarpo Quaresma.
  5. Romantismo. Álvares de Azevedo. Lembranças de morrer.

  1. (PUC- RS)  “A mais terrível das instituições do Ateneu não era a famosa justiça de arbítrio, não era ainda cafusa, asilo das trevas e do soluço, sanção das culpas enormes. Era o livro das notas.
Todas as manhãs, infalivelmente, perante o colégio em peso, congregado para o primeiro almoço, às oito horas, o diretor aparecia a uma porta, com solenidade tarda das aparições, e abria o memorial das partes.”

Em O Ateneu, Raul Pompéia denuncia, como exemplifica o texto a:
  1. perversidade do sistema educacional.
  2. relação perigosa entre os adolescentes.
  3. brutalidade física na educação.
  4. vontade de poder do educador.
  5. política interesseira da escola.

  1. (UFRS) Considere as afirmações abaixo sobre o Romantismo no Brasil.
  1. A primeira geração de poetas românticos no Brasil caracterizou-se pela ênfase no sentimento nacionalista, tematizando o índio, a natureza e o amor à pátria.
  2. Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela, representantes da segunda geração da poesia romântica, expressam, sobretudo, um forte intimismo.
  3. A poesia de Castro Alves, cronologicamente inserida na terceira geração romântica, apresenta importantes ligações com a estética barroca, pela religiosidade e o tom místico da maioria dos poemas.

Quais estão corretas?
  1. Apenas I.
  2. Apenas II.
  3. Apenas I e II.
  4. Apenas II e III.
  5. I, II e III.

  1. (MACK-SP) A afirmação: “Enquanto, na Europa, os escritores voltavam-se para os tempos da Idade Média, valorizando os heróis que ajudaram a libertar e construir suas nações, no Brasil desenvolveu-se o Indianismo”, é uma das formas significativas assumidas pelo:
  1. nacionalismo realista.
  2. sentimentalismo romântico.
  3. sentimentalismo realista.
  4. nacionalismo romântico.
  5. realismo naturalista.
Bons estudos!