A TRAJETÓRIA POLÍTICA DO BRASIL NO SEGUNDO REINADO (1840-1889)
O Segundo Reinado é o período da história brasileira em que o país foi governado por D. Pedro II. Esse período estendeu-se de 1840, quando D. Pedro II foi coroado imperador após o Golpe da Maioridade, e encerrou-se em 1889, quando a Proclamação da República colocou fim na monarquia do Brasil. Foi um período de grandes transformações no país e marcado por importantes conflitos, como a Guerra do Paraguai.
A respeito do Segundo Reinado, podem ser destacadas as seguintes informações:
A coroação de D. Pedro II ocorreu por meio do Golpe da Maioridade, em 1840.
Os dois partidos que controlavam a política brasileira eram o Partido Liberal e o Partido Conservador.
O sistema político brasileiro ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”.
Na economia, o café estabeleceu-se como nosso principal produto de exportação, cuja riqueza fortaleceu e nossa economia e, entre 1840 e 1860, aconteceu um período de prosperidade conhecido como Era Mauá. Nesse período, houve um surto industrial no país e seu maior representante foi Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de Mauá. Ele foi um empresário que, além de ter muitas indústrias, achava que o governo imperial deveria incentivar a atividade industrial.
O abolicionismo foi um movimento político e social que resultou de uma intensa mobilização popular e política aliada com a resistência realizada pelos escravos. Concretizou-se com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
A Guerra do Paraguai foi um divisor de águas na história do Segundo Reinado. Nesse conflito, o Brasil envolveu-se em uma luta contra o Paraguai entre 1864-1870.
Os militares foram o grupo de maior envolvimento com a Proclamação da República no Brasil. A proclamação de fato foi realizada por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889.
Contexto histórico
O Segundo Reinado iniciou-se em 1840 por meio do Golpe da Maioridade. Por meio desse movimento, os políticos brasileiros, pela via dos liberais, anteciparam a maioridade de D. Pedro II para que ele pudesse assumir o trono antes dos 18 anos de idade. Isso aconteceu porque os liberais queriam recuperar o poder que estava nas mãos dos conservadores e porque acreditavam que a coroação do imperador colocaria fim em todos os conflitos que se passavam no país.
Assim foi iniciado o Segundo Reinado, período que se estendeu por 49 anos e que pode ser dividido da seguinte maneira:
Consolidação (1840-1850): quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o, a seu modo, sobre o país, colocando políticos e províncias rebeldes sob seu controle.
Auge (1850-1865): quando o poder do imperador era amplo e sua posição estava consolidada.
Declínio (1865-1889): quando surgem contestações contra a posição de D. Pedro II, e a economia do país não ia bem.
Política
No caso da política durante o Segundo Reinado, o primeiro destaque a ser feito se dá pela atuação dos partidos políticos existentes. Os dois partidos que atuaram na política brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial e eram conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal. A disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais era intensa e tinha impactos negativos para a política brasileira, pois gerava muita instabilidade. A saída encontrada pelo imperador foi promover uma política de revezamento em que conservadores e liberais alternavam-se na liderança do gabinete ministerial. Isso reduziu um pouco os conflitos.
Ambos partidos tinham leves diferenças de posição ideológica e de classe em que se apoiavam. Conservadores eram partidários de uma grande centralização do poder nas mãos do imperador, enquanto os liberais defendiam uma maior autonomia local para as províncias. Nesse sentido, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling falam que conservadores sustentavam-se na “aliança da burocracia com o grande comércio e a grande lavoura de exportação”, e os liberais, em “profissionais liberais urbanos unidos à agricultura de mercado interno”.
Apesar disso, uma crítica muito forte à atuação dos dois partidos e que já era realizada na época é a de que as divergências entre os liberais e conservadores eram quase inexistentes. Também se dizia, à época, que não havia nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder. A distribuição do poder durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o imperador tivesse amplos poderes na política. A Constituição de 1824 estabeleceu quatro poderes e quem os exercia : o imperador representava pessoalmente o Poder Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo também constava o Conselho de Estado. No caso do Legislativo, ele era exercido pela Assembleia Geral do Império, formada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Vídeo complementar:
https://www.youtube.com/watch?v=6spcak16Ctg&t=3393s
ROTEIRO DE TRABALHO - Leia e interprete o texto a seguir para responder às questões:
1-Indique os fatos que marcaram o início e o final do Segundo Reinado.
2-Quais eram os dois partidos políticos que controlavam a vida política brasileira? Como o sistema político do Brasil ficou conhecido?
3-Nesse período, o que ocorreu com o café? O que ocorreu durante a Era Mauá?
4-O que o Barão de Mauá defendia em relação à economia do país?
5-O que foi o abolicionismo e que fato marcou o fim da escravidão no Brasil?
6-Por que os liberais apoiaram o Golpe da Maioridade?
7-Indique e caracterize as três fases em que se divide o Segundo Reinado.
8-A disputa pelo poder entre liberais e conservadores, durante o Segundo Reinado, era boa para o país? Explique.
9-No plano político, o que os liberais e os conservadores defendiam?
10-Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling falam sobre os conservadores e sobre os liberais?
11-Havia divergências políticas entre liberais e conservadores? Explique.
12-Quais eram os poderes políticos estabelecidos pela Constituição de 1824 e quem os exercia?
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